CUIDADO
COM A "ZONA DE CONFORTO" - VOCÊ PODE ESTAR PRESO SEM SE DAR
CONTA
Dada a condição econômica da grande
maioria dos brasileiros e da falta de perspectiva que muitos enfrentaram
durante a infância e adolescência, conseguir terminar uma faculdade e ter uma
renda considerada razoável hodiernamente que possibilite adquirir sua casa própria,
pagar os estudos dos filhos e viajar anualmente nas férias com a família seria
algo para se afirmar "sou bem sucedido e isso me basta".
Isto pode levar a concluir que os
sonhos foram alcançados e que ficar na "zona de conforto" mantendo os
mesmos locais de programas semanais, vendo as mesmas pessoas, onde
tudo é previsível e cada passo possa ser dimensionado, é tudo
que se deseja preservar.
Quando qualquer situação adversa se
apresenta frente a esta realidade criada, tem-se a sensação de que tudo ficou
fora de controle, momento que exige maior dedicação, maior esforço e atenção
para superar as adversidades, o que traz amadurecimento, experiência em lidar
com situações imprevisíveis, superação e crescimento como ser humano.
Se estas reviravoltas não acontecem, inconscientemente
você se torna "preso", limitado a uma ideia de que já chegou ao seu
limite e que tudo o que se poderia fazer, parece já ter sido feito, sem saber
que ainda há um gigante adormecido que precisa ser despertado.
Muitas vezes este despertar só
acontece a partir de um novo desafio, quando uma nova e desconhecida
realidade lhe é apresentada e a única saída, é enfrentar e superar o
obstáculo ou definhar-se por desconhecer a própria força.
Para reforçar esta ideia, importante
mencionar aqui um pequeno trecho de um livro que traz a seguinte reflexão:
"Você já observou o elefante no circo? Durante o espetáculo, o
enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em
cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona
uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um
pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente seja grossa, parece óbvio
que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade,
arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério! Por que o elefante não foge? Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido
bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque
foi preso à estaca ainda muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o pequeno
recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se
soltar. E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada
para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado,
aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para
cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.
Então, aquele elefante enorme não se
solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões é
necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio por exemplo. O medo
do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse a corrente e fugisse.
Isso muitas vezes acontece conosco!
Vivemos acreditando em um montão de coisas “que não podemos ter”, “que não
podemos ser”, “que não vamos conseguir", simplesmente porque, quando
éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos “nãos”
que “a corrente da estaca” ficou gravada na nossa memória com tanta força que perdemos
a criatividade e aceitamos o “sempre foi assim”.
Poderia dizer que o fogo para nós
seria: a perda de um emprego, doença de alguém próximo sem que tivéssemos
dinheiro para fazer o tratamento, ou seja, algo muito grave que nos fizesse
sair da zona de conforto.
A única maneira de tentar de novo é não
ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter
receio de arrebentar as correntes! Não espere que o seu "circo" pegue
fogo para começar a se movimentar. Vá em frente!." Autor: Jorge Bucay
(Livro: O Elefante Acorrentado).
Não se acostume com as correntes
que você mesmo ou outros lhe impuseram. As correntes são
apresentadas de inúmeras formas:
a) O governo que nos sufoca com a
imposição de impostos exorbitantes, com desvio de verbas que deveriam retornar
em nosso benefício e por isso justificamos a falta de recursos;
b) A sociedade que impõe
preconceitos e mesmo sabendo que não deveriam existir, permitimos que sirvam
como barreiras para conquistar um sonho pessoal ou profissional;
c) A família que nos vê como
fracassados ou nos desincentiva com argumentos mesquinhos como "isso não é
para seu bico";
d) O gestor que boicota ou cria
empecilhos para nosso desenvolvimento profissional, podando nossas
oportunidades de ascensão na empresa, além de outras inúmeras
situações.
Não fique preso a estas amarras, não se
deixe acomodar e cuidado com a "zona de conforto", não espere uma
dificuldade para rompê-las, faça já, mova-se!
Talvez você esteja deixando de
contribuir significativamente com uma ideia, um projeto, um sonho adormecido
que uma vez posto em prática, poderá transformar a sua realidade e até daqueles
que um dia, o tinha como desacreditado.
Acredite em seu potencial e busque
oportunidades onde possa utilizá-lo. Você é o único que pode provar que está
certo, ninguém o fará em seu lugar.
Tenha certeza que grandes nomes,
profissionais hoje reconhecidos e referências de atitude, perseverança e
sucesso, também enfrentaram estas correntes, mas transcenderam estes obstáculos
e conquistaram seus sonhos que, como seres humanos que são, se renovam a cada
momento.
Crédito para: Sergio Ferreira Pantaleão
é Advogado, Administrador, responsável técnico pelo Guia Trabalhista e autor de
obras na área trabalhista e Previdenciária.