quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PME Contabilidade e as Normas Contábeis - Apontamentos Parte 1

PME Contabilidade e as Normas Contábeis
Res. CPC nº 1.255/2009 (NBC T 19.41), Lei nº 11.638/2007 e Lei nº 11.941/2009


A Nova Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
Apontamentos – Parte 1


A partir do Ano-calendário de 2010 é obrigatória a adoção das novas normas contábeis estabelecidas através da Res. nº 1.255/2009 do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis).


Pequenas e Médias Empresas - PME. Definição.
        As PME são empresas que não tem obrigação pública da prestação de contas, bem como elaboram as Demonstrações Contábeis para usuários internos (para a Administração) e externos (sócios não envolvidos na administração do negócio, credores potenciais existentes e instituições financeiras e outros).

        São consideradas PME as empresas cujo Ativo Total seja inferior a R$ 240.000.000,00 ou Receita Bruta anual inferior a R$ 300.000.000,00 e que não sejam Sociedades Anônimas de Capital Aberto, nem sociedades reguladas pelo Banco Central, pela SUSEP ou por outro órgão regulador com poder legal para tanto.

        O objetivo das Demonstrações Contábeis das PME é oferecer informações sobre a posição financeira e econômica (Balanço Patrimonial), o desempenho (Demonstração do Resultado do Exercício e o Resultado Abrangente) e o Fluxo de Caixa dessas empresas, para tomada de decisão e gerenciamento do negócio pelos Administradores e demonstrar a responsabilidade da administração pelos recursos confiados a ela.


Balanço Patrimonial.
        O Balanço Patrimonial apresenta o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da empresa em uma data específica – o final do período contábil.

        O Balanço Patrimonial deve incluir, no mínimo, as seguintes contas que apresentam valores:

(a)    Caixa e equivalentes de caixa;
(b)   Contas a receber e outros recebíveis;
(c)    Ativos financeiros (exceto os mencionados nos itens (a), (b), (j) e (k));
(d)   Estoques;
(e)    Ativo imobilizado;
(f)     Propriedade para investimento, mensurada pelo valor justo por meio do resultado;
(g)    Ativos intangíveis;
(h)   Ativos biológicos, mensurados pelo custo menos depreciação acumulada e perdas por desvalorização;
(i)     Ativos biológicos, mensurados pelo valor justo por meio do resultado;
(j)     Investimentos em coligadas. No caso do balanço individual ou separado, também os investimentos em controladas;
(k)    Investimentos em empreendimentos controlados em conjunto (joint-ventures);
(l)     Fornecedores e outras contas a pagar;
(m) Passivos financeiros (exceto os mencionados nos itens (l) e (p));
(n)   Passivos e ativos relativos a tributos correntes;
(o)   Tributos diferidos ativos e passivos (devem sempre ser classificados como não circulantes);
(p)   Provisões;
(q)   Participação de não controladores, apresentada no grupo do patrimônio líquido mas separadamente do patrimônio líquido atribuído aos proprietários da entidade controladora;
(r)    Patrimônio líquido pertencente aos proprietários da entidade controladora.


Demonstração do Resultado e do Demonstração do Resultado Abrangente.
        A demonstração do resultado do exercício deve apresentar, no mínimo, e obedecendo à legislação vigente, as contas a seguir enunciadas que apresentem valores, com o lucro líquido ou prejuízo como última linha:

        Demonstração do Resultado do Período:
        Receitas;
        Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
        Lucro bruto;
        Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
        Parcela do resultado de investimento em coligadas (ver Investimento em Controlada e em
          Coligada) e empreendimentos controlados em conjunto (ver Investimento em
          Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)), contabilizada pelo método de
          equivalência patrimonial;
        Resultado antes das receitas e despesas financeiras;
        Despesas e receitas financeiras;
        Resultado antes dos tributos sobre o lucro;
        Despesa com tributos sobre o lucro, excluindo o tributo alocado nos Investimentos em
          empreendimentos controlados em conjunto e de outros resultados abrangentes;
        Resultado líquido das operações continuadas;
        Valor líquido dos seguintes itens:
        - Resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
        - Resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de
          venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que
          constituem a unidade operacional descontinuada;
        Resultado líquido do período;

        Demonstração do Resultado Abrangente do Período:
        A demonstração do resultado abrangente deve começar com o resultado do período como primeira linha, transposto da demonstração do resultado, e evidenciar, no mínimo, as contas que apresentem valores nos itens a seguir:

(a)    Cada item de Outros Resultados Abrangentes classificado por natureza;
(b)   Parcela dos outros resultados abrangentes de coligadas, controladas e controladas em conjunto, contabilizada pelo método de equivalência patrimonial; 
(c)    Resultado abrangente total.

        Os componentes dos Outros Resultados Abrangentes incluem:
                (a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente (veja Pronunciamentos Técnicos CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);

                (b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;

                (c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis);

                (d) ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);

                (e) ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa (ver também Pronunciamento Técnico CPC 38).


Demonstração dos Fluxos de Caixa.
        A demonstração dos fluxos de caixa fornece informações acerca das alterações no caixa e equivalentes de caixa da entidade para um período contábil, evidenciando separadamente as mudanças nas atividades operacionais, nas atividades de investimento e nas atividades de financiamento.

        Método indireto. Pelo método indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais é determinado ajustando-se o resultado quanto aos efeitos de:

(a)    Mudanças ocorridas nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar durante o período;
(b)   Itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos, receitas (despesas) contabilizadas pela competência, mas ainda não recebidas (pagas), ganhos e perdas de variações cambiais não realizadas, lucros de coligadas e controladas não distribuídos, participação de não controladores; e
(c)    Todos os outros itens cujos efeitos sobre o caixa sejam decorrentes das atividades de investimento ou de financiamento.

        Método direto. Pelo método direto, o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais é apresentado por meio da divulgação das principais classes de recebimentos e pagamentos brutos de caixa. Tal informação pode ser obtida:

(a)    Dos registros contábeis da entidade; ou
(b)   Ajustando-se as vendas, os custos dos produtos e serviços vendidos e outros itens da demonstração do resultado e do resultado abrangente referentes a:

                                                         (i)       Mudanças ocorridas nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar durante o período;
                                                        (ii)      Outros itens que não envolvem caixa; e
                                                       (iii)     Outros itens cujos efeitos no caixa sejam decorrentes dos fluxos de caixa de financiamento ou investimento.

        É incentivada a apresentação da conciliação entre o resultado líquido e o fluxo de caixa das atividades operacionais

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